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quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Por terras do Geoparque de Arouca.

26Dez2011.
Ao final da manhã, já a Duquesa estava preparada para mais uma AutoCaRodalela.
Havia que aproveitar uma pequena brecha de três dias livres. Íamos partir com um único objetivo definido e programado: fazer a montagem de um novo boiler na AC.
A marcação já estava feita para 27, numa empresa de em Ovar.
Depois disso, por convite do Administrador do site
www.autocaravanismovirtual.com, iriamos fazer uma incursão pelo Parque Geológico de Arouca.
Ao início da tarde, fizemo-nos às estradas nacionais rumo ao local da pernoita para essa noite. Convinha que fosse perto do local da instalação do boiler e, por isso, optámos pelo parque de estacionamento da praia do Furadouro, em Ovar.
A noite calma, mas muito fria já tinha caído, havia várias horas quando a AC dos nossos companheiros aparcou ao lado da Duquesa.

27Dez2011
Como planeado, a manhã foi dedicada à instalação do Boiler na Duquesa, enquanto que os nossos companheiros queimavam umas horas a visitar a zona e em compras de última hora.
A tarde iniciava quando zarpámos em direção ao destino traçado. Lentamente a estradas movimentadas foram dando lugar a outras menos concorridas mas, muito mais sinuosas e desniveladas.
Aos poucos, lá fomos sendo engolidos pela serra da Freita até nos determos no miradouro da Frecha da Misarela.
Durante uns bons momentos, apreciámos a beleza natural daquela cascata de água que mergulhava monte abaixo, rasando ali os rudes penhascos e acolá, despenhando-se em nuvens
salpicadas de branco.

A tarde avançava. Decidimos dar um pulo à aldeia da Castanheira para visitar as “Pedras Parideiras”, um fenómeno geológico que se carateriza pelo fato de, a partir de um grande bloco granítico brotarem pequenas pedras arredondadas.
Seguimos em direção à zona planáltica da serra, não sem antes descermos e subirmos um estreito e prolongado carrocel asfaltado.
Lá no alto, imponentes os geradores eólicos com as suas pás gigantescas, capazes de envergonhar os moinhos Quixotescos, marcavam uma cadência regularmente pausada.
A noite acabava de se apresentar, quando encontrámos a placa na estrada “Aldeias Tradicionais”, que nos indicava a direção a tomar para a aldeia de Covas do Monte.
Com as ACs apontadas, começámos a descer e rapidamente nos apercebemos que, aquela estreita serpente asfaltada nos iria obrigar a colocar em alerta todos os nossos sentidos e atenções. A cada centena de metros vencidos, o desnível aumentava e mais se exigia à caixa de velocidade e aos travões da Duquesa, bem como o receio de que estes “vidrassem” com o aquecimento.
Por fim, lá chegámos ao fundo.
Estávamos na cova, rodeados de silêncio, escuridão e cobertos de um céu espetacularmente estrelado.
Aparcámos as ACs à entrada da aldeia, na berma da estrada para gozarmos de uma noite muito sossegada.

28Dez2011

O altifalante da capela acordou-nos com a reprodução sonora de oito badaladas e, quando já o pequeno-almoço estava tomado, aventurámo-nos a sair para o exterior.
Cá fora fazia frio e um grande silêncio, entrecortado a espaços, por um pastor que gritava guiando o rebanho monte arriba.
Lá em cima, muito para cima, o sol começava a iluminar a encosta dos montes, enquanto que, cá em baixo, um manto branco de geada cobria campos e telhados de casas e telheiros.

De tempos, a tempos, pequenos rebanhos retardatários de cabras e ovelhas foram-se cruzando connosco. Na recolha da manhã, tinham falhado a oportunidade de se juntarem ao rebanho grande e restava-lhes que os seus donos os levassem a pastar.

A aldeia é um regresso ao passado, um fóssil vivo!!! Indescritível, por palavras…

Ao início da tarde despedimo-nos da aldeia e, entre primeira e segunda velocidade, lá vencemos a distância que nos separava do topo da montanha.

Drave, a aldeia que está a ser reconstruida pelos Caminheiros do Corpo Nacional de Escutas, era o nosso objetivo seguinte.
Ao fim de umas dezenas de minutos, direcionámos as ACs por um estradão coberto de xisto solto, para nos determos ao fim de umas centenas de metros. A partir dali, o percurso teve que ser que ser a “bater sola”.

E foi… Dois quilómetros de trilho só possível de percorrer a pé ou de veículo todo-terreno, sempre a descer e de que maneira!!!

Lá em baixo os nossos olhos extasiavam-se com simplicidade harmoniosa de todo aquele conjunto em perfeita simbiose!
A subida foi dura, mas feita com ânimo redobrado pela visita realizada.
Jantámos ali mesmo, durante e depois do sol se pôr, no topo da serra, tendo como companhia as estrelas e uma amena cavaqueira que se prolongou durante algumas horas, mas não muitas porque ainda nesse mesmo dia pretendíamos regressar às nossas residências.
Pretendíamos e fizemo-lo nas calmas e sem contratempos.