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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Itinerâncias em Portugal:


Relato Concluído
Além Tejo e Algarve...
A “Cara-metade” tinha, finalmente, entrado de férias de Verão e por isso, tínhamos pela frente dezassete dias para disfrutar e carregar baterias, depois de um ano intenso de preocupações e de resolução de problemas de índole profissional e familiar.
… Enfim, coisas de quem se preocupa e se importa com o bem-estar daqueles a quem estamos diretamente ligados… Coisas de
Gente...
Já há uns meses que vínhamos planeando esta saída, sem termos a certeza de a pudermos
realizar e, à qual um casal de amigos decidiu fazer companhia.
O sábado, dia 13 de Agosto foi dedicado às últimas preparações da Duquesa ao nível de verificações técnicas e de
abastecimentos.

Domingo, 14 de Agosto de 2011: Braga, Sangalhos, Porto Alto, Santarém, Almeirim, Coruche: 375 kMS
Saímos de casa por volta das 10 horas. Eu, a “Patroa” e a "Filhota". No centro de Braga, na sua Ducato “Granduca” esperava-nos o casal amigo, o Xavi e a Eli acompanhado da sua inseparável cadelita, a "Fofinha”, que nos iria acompanhar nos próximos dias numa viagem que ansiávamos vir a ser recheada de bons momentos de turismo itinerante e de merecido relaxamento.
A estrada nacional 14 levou-nos ao Porto sem problemas e a N1/IC2 não lhe qui
s ficar atrás,
deixando-nos na Área de Serviço de Sangalhos, à hora de almoçar.
Esta AS foi para nós uma agradável surpresa pela qualidade. Com café perto, aparentou ser um local sossegado.
“Almoçados” e com o café tomado, voltámos à N1/IC2 que nos levou até à Batalha, onde não parámos, por ser um local já sobejamente conhecido. Aí, seguimos as indicações do TomTom que nos aconselhou a rumar a Santarém passando por Porto de Mós, atravessando a Serra de Aire e Candeeiros.
A estrada era de bom piso, com intensidade baixa de trânsito e com uma paisagem digna de se ver. Pomares de macieiras tingidos de maças vermelhas e amarelas de maduras, ladeavam a estrada que se arrastava sinuosamente, subindo colinas fáceis de transpor, para logo a seguir as descer. À passagem, os
montes graníticos olhavam-nos de cima, polvilhados de muros feitos de pedras empilhadas, quais corta-ventos de culturas de tempos idos. Mais à frente, alguns moinhos de vento revelavam-nos ser aquela, uma terra de gentes fazedoras de pão, muitas vezes que “o diabo amassou”.
Em Santarém, apesar de já ser nossa conhecida, decidimos parar nas “Portas do Sol” uma vez que os nossos companheiros de viagem ainda não conheciam o local. Por mais vezes que lá vamos, é sempre um lugar digno de rever, pela magnífica paisagem do Tejo estirando-se preguiçosamente pela lezíria, num esbracejar lânguido.
A sopa de pedra, celebrizada pela lenda do astuto frade eremita, esperava-nos na outra margem, na simpática cidade de Almeirim. Seria o nosso jantar, que esperávamos acompanhar com um bom maduro tinto. E acompanhou, muito bem… sim senhor!...
A noite havia caído quando saímos do restaurante. Pretendíamos seguir em direção a Alcácer do Sal com o intuito de aí pernoitar. Decididos, lá nos pusemos a fazer mais de uma centena de quilómetros.
À entrada de Coruche, notámos um movimento exagerado de veículos que procuravam lugar para estacionar. Perguntámos a uns transeuntes o motivo de tal bulício e obtivemos a informação da existência das Festas de Coruche, em honra de N.ª Sr.ª do Castelo. padroeira da cidade.
A estrada nacional encontrava-se cortada e assim se manteria até ao final da sessão de fogo-de-artifício, que teria início à meia-noite. Decidimos estacionar as ACs num amplo parque, junto ao estádio José Peseiro e resolvemos misturar-nos na multidão que nos levou à igreja da padroeira.
Aí, várias centenas de pessoas aguardavam a meia-noite. Umas conversando, outras rezando e visitando o interior da igreja enquanto esperavam pela sessão de fogo-de-artifício.
Findo o espetáculo de luz e cor, regressámos às Acs, e dado o adiantado da hora, resolvemos dar significado ao termo “Turismo itinerante” decidindo alterar os planos e pernoitar em Coruche. Fizemo-lo na estrada de terra marginal ao rio Sorraia.


Segunda-feira, 15 de Agosto de 2011: Coruche, Alcácer do Sal, Praia de S. Torpes:175Kms

Acordámos já a manhã ia adiantada. As férias, também são isso: acordar um pouco mais tarde.
O sol raiava num céu imaculado de nuvens. Cá fora, o Xavi passava a “Fofinha” e nas margens de Sorraia acontecia um concurso de pesca à cana.
Estávamos em Coruche e não deixámos passar a oportunidade de lhe fazer uma visita, o que veio a ser uma agradável surpresa.

Quando nos pusemos, de novo na estrada, passámos as conhecidas pontes férreas e dirigimo-nos a Alcácer do Sal com a finalidade de aí almoçar e aproveitar a oportunidade fazer manutenção das ACs no Parque de Campismo Municipal. Estacionámos no parque de estacionamento frontal ao parque e almoçámos. No final, fizemos as planeadas manutenções, diga-se gratuitas, no parque de campismo, tudo aliado a uma enorme simpatia da funcionária que aí se encontrava.
Despedimo-nos e abalámos para a zona costeira, em direção Sines. A praia de S. Torpes, situada antes de Porto Côvo passou a ser o nosso destino, onde chegámos ao meio da tarde, que nessa altura se encontrava matizada de nuvens cinzentas.
Estacionámos num dos parques sobranceiros à praia, onde se encontravam várias dezenas de autocaravanas, muitas delas aparentando estar aparcadas há vários dias, talvez demasiados para o conceito de Itinerância turística, subjacente às Regras de Ouro do Autocaravanista.
Aí pudemos observar a diferença entre o Autocampista e o Autocaravanista, porque encontrámos as duas espécies.
Na primeira espécie, bastante diversa por sinal, conseguimos observar uns que, sendo proprietários de uma AC, abriram as janelas e o tolde e montaram cadeiras no exterior. Quanto ao comportamento destes, fez-nos alguma confusão ver alguns utentes de algumas dessas autocaravanas carregarem vários garrafões de água limpa(sem rótulo) para o seu interior e não os vermos a fazer os despejos correspondentes... é que as nossas ACs quando têm os depósitos de água limpa vazios, ficam coms os de águas cinzentas cheios.
"- Entra água limpa e não a vemos sair suja?!!!"
O mistério ficou parcialmente resolvido depois de darmos uma volta nas imediações dessas ACs e verificámos que aqui e ali não faltavam marcas de despejos de águas sujas.
Também não tivemos dificuldade em enquadrar na espécie dos autocampistas outros que não sendo proprietários de uma AC e fazendo-se deslocar em automóveis, não enjeitavam a oportunidade de montar as suas cadeiras e mesas.
Quanto à segunda espécie, Autocaravanistas, à qual fazemos questão de nos incluir porque nos preocupamos em agir em conformidade as “Regras de Ouro”, também conseguimos observar muitos. Agiam de modo discreto, sem importunar ninguém ou ocupar a via pública.
Pena é que, pr cuasa do comportamento de uns, sejam todos incluidos na categoria de autocampistas e vistos como uma espécie indesejada.
Para desanuviar estes pensamentos, aproveitámos para dar um salto à praia onde não faltou o banho da praxe, num mar de águas caldas.
A noite foi passada aí, num sossego total.
Terça-feira, 16 de Agosto de 2010: S. Torpes, Vila Nova de Milfontes: 30 kms.
O céu azul e a maré baixa convidaram-nos a permanecer mais umas horas naquela bonita localidade. Não enjeitámos uma boa caminhada pela praia, rematada com uns retemperadores mergulhos.
O tempo voou e quando demos por ela estávamos a regressar às ACs para confecionar o almoço, altura em que decidimos que, nessa noite haveríamos de pernoitar em Vila Nova de Milfontes.
Acabado o almoço, seguimos viagem rumo a Vila Nova de Milfontes, passando por Porto Covo, onde não parámos.
A primeira preocupação, à chegada ao destino de pernoita, foi procurar um local para fazer a manutenção das ACs. Por 2 euros, realizámos o serviço no Parque de Campismo de Vila Nova de Milfontes e, mesmo que pretendêssemos pernoitar aí, não nos seria possível por se encontrar com a lotação esgotada.
Não foi difícil encontrar lugar para estacionar na avenida marginal.
A vista era simplesmente magnífica. À nossa frente o estuário, qual ama descuidada, deixava escorregar do seu colo o rio Mira em direção à foz. A margem de cá, apesar de a tarde já se estar a despedir, continuava ainda repleta de veraneantes.
A necessidade de fazer algumas compras essenciais, levou-nos a procurar um supermercado que viemos a encontrar numa das ruas quase centrais.
Esta rápida incursão foi-nos abrindo o apetite para uma visita mais demorada, que ficou decidida para a manhã do dia seguinte.
O local escolhido para a pernoita veio a mostrar-se muito sossegado, tendo por companhia mais uma AC portuguesa que a nós se juntou.

Quarta-feira, 17 de Agosto de 2011: Vila Nova de Milfontes, Praia de Odeceixe:60 kms
Novamente sol. O dia sorria quando acordámos. Saímos para conhecer a vila. Magotes de gentes de todas as idades, ávidas de sol e bronze juntavam-se na praia a outros tantos que aí já se encontravam.
Seguimos, marginal fora, em direção ao centro… quando algo nos chamou a atenção...

Camuflados no meio de um denso canavial de folhas secas esvoaçando, encontravam-se várias autocaravanas estacionadas, numa atitude de manifesta imprudência e com indícios de estada prolongada, manifestada pelos “tapetes de cartão” de acondicionamento de frigoríficos que algumas exibiam a todo o comprimento lateral da porta da célula.
“- Então, e se o vento encosta as folhas das canas à grelha do bico de gás do frigorífico?...”
“-É!... Que azar!!! Se calhar, com um pouco de cinismo, ainda se deitam as culpas à autarquia por não ter o recinto limpo...
À medida que nos fomos afastando deste mau exemplo de uso de uma AC, fomos apreciando o traço simples das casas, de azul ou ocre enfaixadas encimadas de altivas chaminés típicas teve condão de nos fazer mudar de assunto de conversa.

No mercado de peixe, o odor forte tinha atraído um enxame de compradores que se acotovelava frente a bancas repletas de peixe e marisco fresco, acabado de pescar.
Curiosos, à saída, espreitámos à porta de uma minúscula loja e… entrámos…

Entrámos e, depois saímos, mas carregados de uns deliciosos bolos regionais alentejanos, de que já não lembro o nome mas, não esqueci o sabor!!!
Continuámos à descoberta, ruelas adentro. Coitada da máquina fotográfica!!! Havia muito trabalho para ela.

Até que, demos por nós no miradouro do largo frontal ao Forte de S. Clemente, também conhecido como o Castelo de Vila Nova de Milfontes. Aí detivemo-nos algum tempo deliciados pelo quadro paisagístico da foz do rio Mira.

“Linda terra, não há dúvida.”
Regressámos às ACs para tratar do almoço e, enquanto o fazíamos, vislumbrámos, a uma centena de metros, duas outras autocaravanas estacionadas.
Numa delas, um “autocampista” preparava-se para fazer uma churrascada. O grelhador já se encontrava no passeio quando, com um gesto espalhafatoso, peguei na máquina fotográfica e bati algumas fotos. Talvez intimidado, o individuo decidiu fechar a churrascaria e escolheu outro prato para o almoço.
É por estas e outras que, a imagem do Autocaravanismo está pouco dignificada e encontrámos localidades de onde somos escorraçados e vistos como “persona non grata”.
Refletindo sobre aquela atitude, dei comigo a imaginar nas consequências possíveis, caso naquela altura passasse um agente da autoridade. Divaguei e pensei que se fosse aplicada a bitola usada dias antes na praia de Manta Rota, todas as cinco autocaravanas que se encontravam nesse local seriam escorraçadas, apesar de só o proprietário de uma apresentar uma conduta “javarda”.
“Não seria mais pedagógico e amigo dos cofres públicos a aplicação de uma forte coima em todas as situações análogas?”
Claro que, isto, fui eu a cogitar…
Decididos a passar umas horas de praia, decidimos que, depois do almoço partiríamos em direção à praia de Odeceixe, que não conhecíamos, mas da qual já havia lido alguns bons comentários.
Seriam dezassete horas quando caímos na armadilha montada à entrada da localidade da praia de Odeceixe.
É verdade, só pode tratar-se de uma armadilha destinada a apanhar os condutores de autocaravanas…

Se não, pensem:
Que estará um sinal de “Obrigatório virar à esquerda” seguido de um “Trânsito proibido a autocaravanas”?
O mais natural é que, quem não conhece a zona, na presença de um sinal que obriga a virar à esquerda, vire…
Eu virei e, nem tive tempo de me aperceber da existência do outro de proibição.
Após dez metros, fui obrigado a parar. À minha frente a estrada estava obstruída por uma AC. De modo furtivo, gesticulando, alguém me avisou para sair de retro, rapidinho e de preferência com as “pantufas calçadas”, para que os agentes da autoridade que estavam a multar a autocaravana da frente não se apercebessem de que outra “mosca” tinha caído no “pote do mel”.
Marcha atrás, lá obriguei a “Duquesa” a sair de cena de fininho e com ela a AC do meu colega que se encontrava atrás.
O suor escorria-me pela cara abaixo provocado pelo stress da situação. Voltei a contornar a rotunda e, encontrei um amplo parque, onde coabitavam várias ACs e outros veículos ligeiros.
Estacionámos com a frente voltada ao pôr-do-sol, que se acercava a passos largos e, de imediato, metemos conversa com um casal de companheiros, oriundos de Condeixa.


Também aqui, encontrámos alguns autocampistas que, tendo possibilidade de estacionar num parque destinado para o efeito, decidiram aparcar as suas autocaravanas no meio de zonas cobertas de vegetação, quiçá de paisagem protegida

A noite estendeu-nos um céu estrelado digno de se ver, enquanto, dentro da Duquesa, jantámos e nos deixámos ir ao sabor de uma amena cavaqueira.

Quinta-feira, 18 de Agosto de 2011: Praia de Odeceixe, Sagres: 75 kms
Para não variar, quando nos levantámos, o sol convidava para um dia de praia.
Num calmo passeio de dez minutos, percorremos a pé a distância entre o local de estacionamento das ACs e a praia, onde passámos a manhã entre momentos de caminhada junto ao mar, uns mergulhos e passeios exploratórios de algumas grutas formadas pela força bruta da erosão do mar.


Quando a tarde se iniciava, regressámos, apreciando a paisagem do alto do miradouro voltado para o mar imenso.
Uma vez que, os reservatórios das águas cinzentas das autocaravanas se encontravam com 2/3 e nesta localidade não havia qualquer espaço onde fazer a manutenção, resolvemos que no final do almoço, haveríamos de rumar a Sagres para aí fazermos esse serviço.
O almoço prolongou-se tarde dentro e quando nos pusemos a caminho esta já ia a meio.
Chegados a Sagres, uma vez que já conhecíamos sobejamente a fortaleza, circulámos sem sair das ACs e, logo virámos em direção ao Cabo de São Vicente.
Pelo caminho, fomos parando aqui e ali, desfrutando e registando fotograficamente a paisagem sublime daquele lugar de altas falésias onde acaba a terra, batida por fortes ondas, quais touros enraivecidos espumados de branco, e começa o mar.
No ano anterior, também estivéramos no forte deste Cabo mas, porque se encontrava encerrado, não tivéramos oportunidade de o visitar. Desta vez, a sorte bafejou-nos e conseguimos fazer-lhe uma breve visita.
O final da tarde lembrou-nos da necessidade em procurar um local para realizar a manutenção das ACs e, resolvemos dirigir-nos ao parque de campismo da Orbitur de Sagres.
À entrada, um enorme cartaz anunciava uma promoção para autocaravanas: “Desconto de 20%” na pernoita”.
Face ao anúncio, comentei com o X que aquela promoção se mantinha há um ano e que no ano anterior a tínhamos aproveitado.
Entrámos e questionámos o valor que teríamos de pagar para fazer a pernoita, contando com o desconto anunciado.
“- A promoção anunciada não se aplica durante o mês de Agosto!” – Foi-nos dito, de imediato, pela funcionária!!!
Sinceramente, não estava à espera desta falta de ética por parte daquela instituição, assim como também não esperava a rapidez de resposta da esposa do X que, de imediato exigiu a presença do responsável do espaço, bem como do livro de reclamações. No momento foi feita uma chamada telefónica e em poucos segundos estávamos na presença da pessoa responsável pelo parque, a quem expressámos a nossa indignação pela publicidade enganosa evidenciada pelo anúncio afixado à entrada do parque. Em resposta, a responsável fez um novo telefonema, do qual resultou um pedido de desculpas e a afirmação de que a campanha “afinal, sempre estava em vigor”.
Resolvida a questão, entrámos, fizemos a manutenção, aparcámos e pernoitámos.

Sexta-feira, 19 de Agosto de 2011: Sagres, Lagos, Praia da Rocha:60 kms
Para não variar, a manhã nasceu com um sol radioso.
Saímos do parque de campismo antes das nove horas, com a manutenção realizada, para dedicarmos uma boa hora calcorreando a artéria principal de Sagres, ou seja a avenida Infante D. Henrique.

Depois, tomámos a N125 em direção a Lagos, onde parámos, junto à marina.

Almoçámos no parque de um hipermercado da cidade, onde fizemos algumas compras e, no fim, abalámos para a praia da Rocha, ao encontro de uns familiares que se encontravam a passar uns dias de férias.


Aparcámos as viaturas numa das ruas de um quarteirão habitacional, não muito longe da praia, mas suficientemente afastados de um espaço infestado de autocaravanas. Se em muitas delas se notava algum cuidado dos donos em passar despercebidos, em muitos outras, bastantes mesmo, extravasavam sinais de javardice, evidenciada por toldos abertos na via pública, cadeiras, mesas, roupa a secar, fogareiros e até mesmo uma autocampista a pintar as unhas dos pés, refastelada na beira do passeio, por onde os moradores dos apartamentos da zona tinham que passar.
No momento pensei com os meus botões:
“ Eu não gostaria de habitar naquela zona…”
E complementei o pensamento com outro:
“Se os agentes da autoridade atuassem e multassem todos aqueles, e só aqueles que estavam em contravenção, os cofres públicos amealhavam alguma coisa, melhoravam a imagem ambiental da zona e davam uma lição de bons princípios a todos aqueles que, quando foram novos não tiveram bons exemplos educativos.”
É uma pena que, quando as autarquias chegam ao ponto limite de tolerância, optem por fazer como em Manta Rota e escorracem todos, não se importando em distinguir os bons dos maus exemplos. Seria mais pedagógico multar (a doer) os fora-da-lei, como acontece diariamente quando qualquer veículo de encontra a transgredir.
Por estas e outras, estacionámos umas centenas de metros, afastados de todo aquele panorama.
Com ainda tínhamos umas horas, fomos encontrar-nos com os nossos familiares ao centro do areal da Praia da Rocha que se encontrava bem composta de gente.


Não faltavam “papos para o ar”, apanhando uns restos de sol que se iam escapando entre as primeiras nuvens, de muitas outras, que no horizonte, ameaçavam aproximar-se, lentamente da costa, prenunciando borrasca, lá para a noite.
Apesar disso, o ar respirava-se quente, abafado mesmo. A conversa estava boa, mas a água convidava e, lá aceitámos o convite. Fomos ao banho!
O tempo não passou, voou e, logo, logo estava na hora de regressarmos às ACs. Despedimo-nos dos nossos familiares, que no dia seguinte regressariam a Braga.
Quando terminámos de jantar, a noite tinha chegado. Ao longe, no céu, alguns clarões avisaram-nos que não era prudente sair. Não ligámos e resolvemos ir tomar um café e depois fazer um passeio digestivo pela rua marginal à praia.
“- Ufa, que é difícil tomar um simples café no mês de Agosto na Praia da Rocha!!!”
Desculpem o desabafo mas, foi aquele que eu proferi na altura e porque, só à terceira tentativa é que conseguimos num desses estabelecimentos que nos servissem uns cafés. Nos anteriores, apesar de identificados como “café/snack-bar” não serviam café porque tinham todo o serviço reservado para refeições.
“Não há crise nenhuma, o que há é muitos “chicos espertos” que fazem com que Portugal continue sem sair da “cepa torta””.
Desabafei!!!
“BRUUUUMMMM” … Ping, ping…pong,pong…pagámos, numa pressa e zarpámos dali a correr em direção às autocaravanas, debaixo de grossas bátegas de chuva entrecortadas com ruidosos trovões.
Apesar se tratar de chuva e, por isso molhada, quando chegámos, esbaforidos porque a idade vai pesando e as peles também, quase não nos sentimnos molhados. O ar abafado e quente quase que vaporizava as gotas que caíam, deixando no ar o odor adocicado da terra molhada pela chuva.
Entre a televisão e o espetáculo dos relâmpagos que riscavam o céu negro, lá nos mantivemos até cerca da uma hora da madrugada.

Sábado, 20 de Agosto de 2011:Praia da Rocha, Praia do Carvoeiro, Praia da Galé: 45 kms
Depois de uma noite quente bastante quente, surgiu mais uma bela manhã de sol.
Decidimos não nos levantar muito cedo e só tomámos o pequeno-almoço a meio da manhã. Só depois, decidimos seguir viagem, rumo à Praia da Galé.
Pelo meio, desviámos para a Praia do Carvoeiro, onde não conseguimos estacionamento, dada a completa ocupação dos locais de estacionamento.
Voltámos à N125 e só parámos no Parque de Autocaravanas da Praia da Galé.
Trata-se de um espaço privado, que permite os abastecimentos e descargas de modo gratuito e, pela quantia de 7,50€ por AC, pode-se pernoitar com direito a eletricidade e acesso à internet, tudo acompanhado pela simpatia do Paulo, o funcionário do espaço.
Depois do almoço, diga-se um pouco atrasado, deixámos as ACs no parque e metemo-nos à estrada, a pé, em direção às praias. Ao fim de uns vinte minutos, chegámos ao destino. Apesar do areal estar muito concorrido, com facilidade, encontrámos lugar para estender as toalhas a que se seguiu banho de mar e o consequente secar ao sol, quais peças de roupa a corar.


O arrear da bandeira feito pelos nadadores-salvadores chamou-nos a atenção para as horas.
Regressámos, a horas de ver o jogo do Glorioso na internet.
J
antámos no exterior, debaixo do tolde da AC e rematámos a refeição com um cafezito no snack-bar situado a poucos metros do parque.
No regresso, metemos conversa com um casal de simpáticos au
tocaravanistas britânicos que serviu para desenferrujar o nosso inglês, durante mais de uma hora, antes de mais uma noite sossegada.

Domingo, 21 de Agosto de 2011: Galé (Praia do Rodrigo).
Na noite anterior, havíamos combinado que, o dia de Domingo seria passado na praia. Levantámo-nos cedo, fizemos a manutenção às autocaravanas, pagámos, despedimo-nos do Paulo, dos ingleses e do João (um AC que lá se encontrava) e saímos em direção às praias. Passámos em frente ao empreendimento turístico Villa Galé e aparcámos numa das ruas que nos levavam à Praia do Rodrigo. Ficaríamos por ali, durante o dia e, à noite logo veríamos.
Assim fizemos. Entre banhos de sol e de água, fomos ficando encantados por aquela praia e decidimos pernoitar na
zona.
Foi uma decisão acertada.
Segunda-feira, 22 de Agosto de 2011: Zoomarine: 6 kms
A manhã de segunda-feira não quis contrariar os dias anteriores e nasceu solarenga. Levantámo-nos mais cedo, com o objetivo combinado de passarmos o dia no Zoomarine, situado a meia dúzia de quilómetros.
A todos aqueles que nunca tiveram a oportunidade de fazer uma visita, aconselhamos vivamente que o façam. Por 25 euros (ou até menos se forem aproveitados descontos extensivos a aposentados ou a sócios de inúmeras associações) tem-se acesso a um vastíssimo leque de espetáculos com aves, leões-marinhos e golfinhos, saltos acrobáticos, cinema 4D, montanha russa, roda gigante, splash e piscina.

É um dia muito bem ocupado entre divertimentos e aprendizagens lúdicas.
Ao fim da tarde, regressámos à Galé, à zona da Praia do Rodrigo, onde havíamos pernoitado na noite anterior.
A boa experiência da noite anterior, aguçou-nos o apetite e decidimos voltar.
Em boa-hora o fizemos, para mais uma noite tranquila.

Terça-feira, 23 de Agosto de 2011: Galé, Albufeira: 8kms
O bom tempo continuou, convidando-nos a ir à praia.
Decidimos gastar mais uma manhã em banhos de sol e mar naquela simpática praia.
Almoçámos na Galé e no final partimos em direção a Albufeira, situada a poucos quilómetros.
Após realizarmos algumas compras de mantimentos fundamentais, partimos à procura de um local para estacionar, de preferência perto da praia e que permitisse a pernoita. A zona da marina pareceu-nos distante do centro. Numa zona que nos pareceu central, encontrámos vários parques de estacionamento mas interditos a autocaravanas. Ao fim de circular por algumas artérias, acabámos por encontrar um parque térreo atulhado de viaturas, algumas autocaravanas e muitos arrumadores de aspeto duvidoso que nos impeliu a procurar outras paragens. Vira aqui, torna acolá, fomos circulando, procurando sempre com os espaços de estacionamento completamente ocupados até que, lá conseguimos encontrar um espaço de estacionamento sem restrições a ACs, na avenida principal.
Com todas estas reviravoltas, o tempo foi passando e a tarde estava no fim e a prová-lo estavam as muitas pessoas que transitavam pelas ruas carregadas de sacos e para-sois que regressavam para as suas habitações, o que veio reforçar a sensação de que não estávamos longe da praia.
Ficámos mais animados e decidimos que iríamos ficar por ali, jantaríamos e no final daríamos uma saída de reconhecimento noturno pelas redondezas. Na manhã seguinte procuraríamos a praia.
Assim fizemos. Deitámo-nos tarde e adormecemos, ainda mais tarde.
O local escolhido para pernoita veio a revelar-se uma má decisão. O movimento de aceleras e de transeuntes que iam e vinham dos bares só abrandou por volta das 5 horas da madrugada, altura em que pudemos sossegar um pouco.

Quarta-feira 24 de Agosto de 2011: Albufeira, Faro, Estoi, Castro Marim: 110 kms
Depois de uma noite mal dormida, para compensar, acordámos mais tarde do que o costume.
Como combinado, partimos à procura da zona de praia. Uma rua estreita, que descia fortemente, levou-nos durante cerca de quinze minutos até a uma zona de canavial. Parámos. Para lá, estava a praia procurada. Um misto de areias grossas e de conchas de bivalves formavam o areal, sugerindo que esta praia sofreu um processo de reposição de areias retiradas do fundo do leito do mar.
Tentámos andar descalços pelo areal, mas rapidamente desistimos e saltámos para cima do passadiço de madeira. Parámos a uma boa dezena de metros da rebentação. Com o olhar, registei os 360 graus daquele espaço e, sinceramente, não fiquei muito agradado, talvez porque havia estado, antes em praias mais acolhedoras… gostos, não se discutem.
Ali permanecemos cerca de uma hora, nem mais e, decidimos abalar, sem banho de mar, sequer tomar.
Um pouco esbaforidos, lá vencemos a subida de regresso às ACs e no final do almoço, pusemos os cavalos das máquinas a trotar em direção a Faro.
Na capital do Algarve, fizemos uma visita pela bonita e bem cuidada parte histórica e ainda pelas suas ruas principais onde abundam os estabelecimentos comerciais.
O final da tarde aproximava-se a passos largos, com a luz do sol a ganhar tons de durado-velho, evidenciando sinais claros de se querer ir apagando. Antes que tal acontecesse, montámos nas ACs, colocámos as coordenadas no TomTom, rumo à Área de Serviço de Estoi com a intenção de lá pernoitar, fazer manutenção e conhecer o centro da localidade.
Quando lá chegámos, tivemos uma grande desilusão!

A área encontrava-se vandalizada e não permitia abastecimentos de água! O moedeiro instalado e que possibilitava que o sistema de água funcionasse estava completamente em cacos pelo que, nem uma pinga de água saía pelas torneiras e, para além disso, os espaços destinados ao aparcamento de ACs encontrava-se completamente ocupado por umas camionetas de carga.
Desanimados e vociferando (interiormente) contra a espécie animal que se auto apelida de racional, decidimos continuar e só parar em Castro Marim, onde sabíamos que existia uma outra área.

Por volta das vinte e uma horas, quando a noite já se tinha feito, avistámos a silhueta iluminada de um amarelo ténue do castelo da vila e, logo nos apercebemos de um movimento muito grande de veículos, uns que transitavam nas ruas e outros estacionados nas bermas e espaços destinados a estacionamento.

“- Chegou ao seu destino!” – ouvimos o TomTom dizer. Estávamos em frente à AS que se encontrava muito bem composta de autocaravanas estacionadas e outras alinhadas para fazer manutenção. Conseguimos encontrar dois espaços. Estacionámos, fizemos uma rápida refeição e saímos para dar uma volta de reconhecimento. Logo, logo ficámos a saber que nessa noite se iniciavam a Festa dos Dias Medievais.
Por todas as ruas da zona mais histórica se montavam tendas com produtos artesanais, ornamentadas com motivos e adereços medievais. Perspetivava-se que o dia seguinte seria de grande animação e descoberta.

A noite estava agradável e já ia bastante avançada quando regressámos às autocaravanas, onde tivemos mais uma noite agradável.

Quinta-feira, 25 de Agosto de 2011: Castro Marim, Ayamonte, Castro Marim: 20kms.
A manhã voltou a sorrir-nos ao acordar.
Enquanto a “Cara-metade” fazia o pequeno-almoço, saí para ver o ambiente e logo captei um odor fétido no ar vindo da zona das duas plataformas de despejos das águas cinzentas. Uma fila de três Acs aguardava que outras duas, que se encontravam a fazer manutenção, lhes cedessem lugar.
Então vi, “claramente visto”, o espaço de despejos do lado direito, completamente entupido e alguns proprietários de Acs (não confundámos com AutoCaravanistas) a fazerem despejos de águas cinzentas, enlameando todo o espaço circundante e empestando o ar com um cheiro nauseabundo.
E porquê?- questionei-me.
Não tinham tempo nem paciência para esperar que o espaço do lado esquerdo ficasse livre. Com a maior descontração do mundo, despejavam, atestavam e o seu agradecimento para com uma autarquia que lhes tinha disponibilizado condições para poderem ir passar mais uns dias numa das praias de Vila Real de Santo António era: "deixar-lhes a porcaria que não queriam".
Outros, vi lavarem as suas ACs, usando água paga pelos habitantes de Castro Marim!!!
Pensei com os meus botões que não queria ter tal falta de civismo e de consideração na minha zona de residência.
Castro Marim é uma localidade belíssima e não merece este tipo de comportamentos.
No final do pequeno-almoço colocámo-nos na fila, realizámos a manutenção na plataforma que se encontrava desentupida e abalámos para terra de “nuestros hermanos”, tendo como únicas intenções atestar os depósitos das máquinas com combustível mais acessível e fazer umas “mercas” num qualquer hipermercado, esperando encontrar preços mais acessíveis.
Passámos nisto a manhã, conseguindo realizar algumas compras muito mais económicas.
A tarde iniciava quando regressámos a Castro Marim para almoçar.
Gastámos a tarde misturados na multidão que ali se deslocou para desfrutar e comungar das festas preparadas meticulosamente pelas gentes daquela simpática terra. Ziguezagueando, deixámo-nos ir no meio de rios de gente avidamente curiosa pela miscelânea de produtos expostos nas bancas e tendas dispostas ao longo das ruas estreitas.
Aqui e ali, fui revivendo imagens de compêndios lidos nos bancos das escolas da minha infância, ao cruzar com com personagens, medievalmente trajadas, que se iam dirigindo para o local de partida de um dos pontos altos das festas: “O desfile medieval”.
Simplesmente, magnífico e digno de ser visto e revisto em vistas futuras.

O final do desfile trouxe a noite e a debandada da grande maioria dos forasteiros, em grande percentagem espanhóis.
Não lhes seguimos o exemplo e regressámos às ACs.
Iríamos pernoitar na Área de Serviço e só seguiríamos caminho na manhã seguinte.

Sexta-feira, 26 de Agosto de 2011: Castro Marim, Beja, Évora, Reguengos de Monsaraz: 240 kms
Voltámos a ter uma noite sossegada e acordámos com um sol divertido, a brincar às escondidas pr detrás de algumas nuvens.
Depois de fazer a manutenção das ACs, abalámos. O IC27 levou-nos, através do Parque Natural do Vale do Guadiana até Beja, onde tínhamos decidido não parar por pretendermos chegar a Évora pela hora do almoço.
Aqui, estacionámos no onde se realiza a feira, almoçámos e partimos a pé à procura do centro da cidade.

Pelo caminho, no jardim público tivemos a oportunidade de cumprimentar um familiar do Xavi e da Eli, acompanhados de um reconfortante cafezito.
Seguiu-se a visita à Capela dos Ossos, onde fomos confrontados com uma situação, em meu entender, estranha.

- Que as visitas a determinados espaços sejam pagas, entendo!
- Que, por motivos de preservação dos espaços, em determinados locais seja proibido fotografar, também entendo!
- O que não me cabe na “tola” é que, mediante o pagamento de 2 euros, já seja permitido fotografar e que se dane a tão propalada preocupação de preservação d património.
Por isso, fiz apenas a visita e, sempre que queira ver fotografias que não tirei, bastará aceder a um qualquer motor de busca da internet.
Fazendo, entre nós, comentários pouco abonatórios aos responsáveis por atitudes deste tipo, saímos e seguimos à procura da Praça do Giraldo que acabámos por encontrar, algumas ruelas acima.
Num dos lados, a Sé de Évora, consagrada a Nossa Senhora da Assunção, erguia-se imponente convidando-nos à visita que não recusámos.

Daí, partimos à procura do Templo de Diana onde aproveitámos para bater umas fotos.

No regresso às ACs, ficámos com a sensação de que, para uma cidade Património
Mundial, encontrámos muitos sinais de desleixo na limpeza e no cuidado nos
espaços públicos.
Metemo-nos novamente à estrada com a agulha apontada a Reguengos de Monsaraz e, aos poucos, fomos sendo brindados com uma paisagem de vinhas imensas, por vezes a perder de vista.
O dia já ia longo, quando nos embrenhámos pela estrada principal da cidade. A procura de um espaço para estacionar, que nos permitisse pernoitar, levou-nos ao Quartel dos Bombeiros Voluntários, a quem queremos agradecer publicamente a amabilidade em nos permitirem passar a noite num espaço do parque exterior do quartel, contíguo à praça de toiros.
Na frente, um jardim muito bem cuidado e projetado, com muito bom gosto, onde não faltam equipamentos de diversão para crianças e jovens e, nem sequer, espaços para que os menos jovens possam passar uns momentos de descanso. No meio, um bar onde, depois de jantarmos, tivemos a oportunidade de assistir a um momento agradável de música ao vivo.

A noite foi divinal. Sossego absoluto.

Sábado, 27 de Agosto: Reguengos de Monsaraz, S. Pedro de Corval, Monsaraz, Vila Viçosa: 80 kms
A manhã foi dedicada à exploração da bonita cidade de Reguengos de Monsaraz:
O jardim, a igreja matriz, o largo principal, o turismo e as ruas centrais. Tudo muito limpo e bem cuidado.
Antes de partir, agradecemos aos Bombeiros Voluntários a gentileza de nos permitirem a pernoita no seu espaço e dirigimo-nos a S. Pedro de Corval com a intenção de visitar algumas das suas famosas olarias.
Depois de comprarmos algumas lembranças, seguimos para Monsaraz, a freguesia fortificada.

Almoçámos e prosseguimos caminho, em direção à Vila do Redondo onde realizámos a manutenção das ACs, aproveitando a Área de Serviço existente no parque da feira.
Seguiu-se uma rápida vista de reconhecimento pela localidade, onde não faltou o pesadelo do autocaravanista: ficar “preso” numa ruela estreita.
“Aperta aqui, desvia acolá, encolhe espelhos, …” ao fim de um bom pedaço, lá desentupimos a viela e “vai que se faz tarde” prós lados de Vila Viçosa, o local planeado para a pernoita.
Chegados a Vila Viçosa, estacionámos no amplo Largo D. João IV, procurando passar despercebidos como convém ao Autocaravanista.
De imediato, saímos para esticar as pernas e fazer um breve reconhecimento da zona circundante.
Sentados numa esplanada do jardim lateral, refrescando as gargantas secas pelo agosto alentejano, esperámos que um churrasquito encomendado ficasse pronto para o jantar que se espairou por algumas horas, temperadas com uma amena cavaqueira.
Domingo 28Ago2011: Vila Viçosa, Elvas, Badajoz(Espanha), Campo Maior: 90 kms
A noite foi bastante desagradável. Após as duas horas da madrugada, uma padaria decidiu abrir as portas aos notívagos que deram asas à javardice com altos berros que se prolongaram até quase o raiar do dia.
Por fim, cerca das cinco horas da madrugada conseguimos, por fim, passar pelas
brasas.
Pelas nove, acordámos com o cantar de um grupo de excursionistas que conviviam no jardim ao lado.
Estava uma linda manhã soalheira. Ao nosso lado, duas ACs faziam-nos companhia.
A visita a esta histórica cidade levou-nos por ruas centenárias, carregadas de marcas fantásticas de faustosidades passadas.
A meio da manhã, seguimos em direção a Elvas, uma viagem curta e rápida.
Estacionámos as máquinas à entrada das muralhas e embrenhámo-nos cidade dentro calcorreando pedras, outrora pisadas por milhares de antepassados onde, apesar de ser Domingo, muitos estabelecimentos comerciais se encontravam abertos.
Depois de uma lenta e íngreme subida, por entre as ruas estreitas carregadas de motivos de interesse histórico e comercial, parámos no castelo para retemperar forças e apreciar a paisagem da planície alentejana.
Ao longe conseguimos vislumbrar a tão afamada Badajoz, tantas vezes cantada, assim como Campo Maior, onde ainda haveríamos de pernoitar na noite que se aproximava.
Retomámos a jornada, depois de almoçarmos nas ACs, em direção a Badajoz para uma rapidíssima incursão e abastecimento das máquinas com combustível mais económico.
Ficou a ideia de que a parte mais antiga da cidade apresenta potencial para uma futura visita mais demorada.
Regressados a Portugal, tomámos a estrada que nos levou a Campo Maior.
As Festas do Povo estavam no auge e decidimos aparcar as viaturas num dos amplos parques criados para acolher as ACs nesta altura festiva.

Lá em cima, o castelo altivo servia de referência do caminho a seguir, a todos aqueles que, como nós, ali se tinham deslocado.
Não tivemos que andar muito para que as boas-vindas nos fossem dadas por aquele laborioso povo, na forma de um espetáculo de cor e beleza.
Palavras para quê?...
Cansados mas satisfeitos, regressámos às ACs para jantar e passar uma noite bastante sossegada.

Segunda-Feira 29DEZ2011: Campo Maior, Fátima: 200 kms.
O bulício na rua, provocado pelos passantes, alertou-nos da chegada da manhã. Apesar da ameaça de algumas nuvens, o sol continuava a brilhar.
Muito já fora visto mas, ainda havia tanto para ver!!!
De manhã, perdemo-nos novamente em muitas outras ruas ainda não visitadas e no castelo.Antes do almoço, despedimo-nos de Campo Maior, contentes por termos tido o privilégio de contemplar aquela folia de cor.
O destino seria Fátima, com uma paragem em Portalegre para comprar mantimentos e almoçar. Daí apanhámos a A23, ainda não portajada, na direção de Constância. Mais à frente, saímos para a EN349 que nos fez passar ao lado de Torres Novas, Ourém e por fim Fátima.
Aqui iríamos passar a noite e visitar o lugar que, mesmo para aqueles que nele não veem significado especial, é sem dúvida um espaço diferente, impregnado de uma calma ímpar.
Entre a visita ao santuário e às casas de lembranças dedicámos as horas até nos recolhermos.

30DEZ2011: Terça-Feira: Fátima, Palmeira(Braga): 280 kms
Para não variar, o tempo manteve-se soalheiro e, enquanto a cara-metade foi fazer a despedida ao santuário, fui preparando a Duquesa para a saída.
O regresso foi realizado pela N1/IC2/N14, sem problemas e com uma única paragem para almoçar.
Quando a tarde se punha, demos finalmente um merecido descanso à Duquesa.
Total percorrido: + - 1900 Kms